No texto anterior falamos sobre o que é a birra e maneiras de lidar com ela. Hoje trazemos sugestões para evitar que o episódio de birra aconteça e como agir com a crianças após a birra, quando todos estiverem calmos.
Sugestões para evitar a birra:
- Fazer combinados. Criança gosta de previsibilidade e segurança. Por isso, devemos conversar com ela explicando o que está por vir e dizendo o que esperamos dela. ?”Vamos ao supermercado fazer algumas compras e na volta vamos parar no parquinho. Não podemos ficar muito tempo no parque porque a mamãe precisa trabalhar depois. Quando eu te chamar para irmos embora eu quero que você venha, tudo bem?”
- Dar opções limitadas. A criança pequena está sempre querendo exercer sua autonomia tão recentemente conquistada. Por isso, dar opções de escolha a faz ser mais colaborativa. Mas as opções precisam ser limitadas, senão não há um direcionamento. Por exemplo: “Você quer levar o carro ou o livro para brincar no banho?” A decisão de que é hora do banho você já tomou, mas ela pode escolher com o que quer brincar lá. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Antecipar necessidades. Muitas vezes a birra acontece por uma necessidade fisiológica não atendida: fome, sede, cansaço. Fique atento e se organize com horários, duração das atividades, disponibilidade de alimento e água, brinquedos e atividades para que a criança se distraia, local para dormir. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Substituição. Ensinar à criança (quando ela estiver calma) algumas atividades que ela pode fazer quando ela se sentir frustrada, irritada, contrariada ou com raiva. Por exemplo: bater palmas, respirações profundas, rugir como um leão, morder um brinquedo específico, etc. Estes comportamentos substituem os comportamentos agressivos como morder e bater. Os pais devem ensinar o comportamento e sinalizar para a criança o momento de utilizá-lo – quando começar a ficar contrariada, mas ainda não começou a birra. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Durante a birra, com a criança irritada, nervosa e frustrada não adianta querer conversar. Naquele momento ela está descarregando sua emoção.
Após ela se acalmar, é momento de conversar. É preciso entender o que aconteceu, explicar à criança o que gerou a birra, validar seu sentimento e mostrar–lhe outras maneiras de lidar com situações semelhantes. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀A conversa não pode ser muita extensa, crianças pequenas não conseguem manter a atenção por pouco mais do que alguns minutos. E deve ter um tom de direcionamento, acolhimento, compreensão. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Vamos pensar em um exemplo prático? Seu filho carregava um objeto perigoso. Você pediu que ele lhe entregasse, ele se negou e você retirou o objeto dele antes que se machucasse. Ele então começa a chorar, te bate e se joga no chão. ⠀
Depois que ele se acalmar, você dirá a ele que entende a sua frustração, mas que nesta família não batemos uns nos outros. Que podemos conversar. Você explicará que ele se sentiu frustrado e com raiva. Que as pessoas sentem-se assim quando não podem ter algo que querem, mas que nem sempre é possível termos aquilo que gostaríamos. Explicará porque aquele objeto é perigoso e como o pequeno poderia ter se machucado. Falará sobre as consequências. ⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀Depois você pode contar que quando criança algo semelhante aconteceu. Fale sobre seus sentimentos na época, sua reação e a do adulto que estava com você.
⠀⠀⠀⠀Termine mostrando que você está com o seu filho sempre que ele precisar e façam um combinado que, da próxima vez que você pedir, ele não pegará um objeto que pode ser perigoso.
⠀⠀⠀⠀ Para encerrar um abraço e muitos beijinhos. ❤❤❤
⠀⠀⠀⠀⠀
Roberta Ertel Baierle
Psicóloga – CRP 12/07100